26 de abril de 2020


Quem resiste também ama
Minha poesia fala de amor na maioria dos versos
não nego
mas confesso
 é que sempre quis ver o mundo se mudar
não sabe o que diz
fi! se sabe o que é ser uma mulher preta em busca de ser  feliz?
Olhar no fundo dos olhos daquele que te aborda "tu trabalha aqui?"
Ver gente ruir, enquanto outras nos roem....
Se jogada ao mar com anzóis.
Preta presa
linhas de tristeza
profundas águas
banhadas de sangue negreiro.
Não fico mais muda!
Me chamem de filhada puta
para ver quem eu vou parir.
Missão das cruzadas, encruzilhadas
linhas de navalha.
saias rodadas, fogo,  areia e cachaça.
lua , clareia
uivo, tormenta
alço voo
encaro quem me diz: pare!
cuspo verdades que te desmascare
Agressivas, solitárias
mal fadada de berço
Tanta mina preta pagando o preço
Vamos agilizar o troco
O comércio é livre,
livros para negociação
tráfico de informação
Eu vivo num ninho de cobra
cobra que cobra não morde
uma cobra conhece outra cobra, não precisa dizer quem é cobra.
E tamo cobrando, sem gentileza,
quebrando as taças e botando a mesa.

2 de abril de 2020

Vendaval

Ventania 
Virulenta vassourando
Viscerais vestígios
Vi ventanias voarem
Vi ventanias vosciferarem 
Vírus versa vozes
Vi vendavais virais
Vivarem vestígios
Vozes virulentam vento
Vento varre vírus
Ventanias viscerais 
                   verticalizam vozes