7 de novembro de 2018

Silveira poema

Antes mesmo do petróleo reinar,
já haviam reis negros a ancorar,
Negros presos em troncos.
sincretizando orações,
colhendo café e mantendo sua fé,
mesmo encarcerados em porões.

Agora que o engenho se foi,
e todo açúcar derreteu,
sabemos quem é o herói do nosso povo.
Zumbi ! Que dia 20 de novembro morreu
e deixou legado,
Dandara seguiu seus passos.
Palmares resiste em nossos corpos,
toda vez que a poesia invoco.

Oliveira plantou a semente,
de consciência e exaltação da nossa gente,
nessa data tão marcante,
o grupo palmares gritou aos quatro cantos:
13 de maio é engodo!
Precisamos comemorar nosso esforço,
ressaltar nosso povo
e assim encontrei minhas origens,
em versos e cantos,
para que nunca esqueçamos,
declamo:

"Querem que a gente saiba que eles foram senhores
e nós fomos escravos. Por isso repito:
eles foram senhores e nós fomos escravos.
eu disse Fomos! "

4 de novembro de 2018

Viajem iniciada
o ciclista com o cigarro da boca
soou premonição.

O apocalipse previsto
entrou em ação

mesmo quando o transporte é 4,30 R$
Eu, mantendo a mente lúcida
no degrau da escada
toda amassada,
meio suicida

As palavras mal escritas
com o chacoalho do ônibus
é vivência lírica
puro fato
e nem  esse bando de pato
tira meu sorriso largo
ele é minha arma
minha armadura.

Eu sendo cabeça dura
cheia de travessuras , sigo em busca de liberdade
Jango Livre, sem maldade
  O que escorre de minhas veias é lava, lodo
ancestralidade
é sanha, sonho, sagacidade

Situação normais da contemporaneidade
duas horas de transito criativo
toda empoleirada,
mó role  atravessar essa cidade.

Entre nuvens e freadas bruscas
pela filosofia a mente busca
o que ofusca
nosso povo de bilhar
de cessar o humilhar
que nossas mães passam
e transcrevem no abraço

Podem até apagar nossos físicos traços
mas a chama que me nutre, magia negra
escura,
quanto mais se apaga, mais se propaga.