27 de maio de 2017

A mina do busão da meia noite passada

Meia noite passada,
uma parada de ônibus a meia luz,
Ao fundo a imagem do ônibus se aproxima
é quase um sinal dos deuses....

Mas repare bem,
todos homens, encapuzados,
muitos cansados, alguns drogados
E outros até assustados.

Um cobrador parceiro e um motorista prudente.
Afinal o que há de tão estranho ?

Passada da meia noite, eu no fundo do ônibus,
como faço sempre,
mas repare bem....

Você é única, sozinha, a merce de um possível complô;
o acordo entre todos, todos menos eu
A única mulher do ônibus que passa após os sinos tocarem.

Depois da abóbora voltar, do sapato cair, lá estou eu.
A princesa solitária que mandou o príncipe a merda,
e decidiu voltar sozinha pra casa,
depois do sino dar o toque de recolher.

Dane-se o sino, os capuzes, os olhos curiosos,
Eu sou a mina do busão,
com um guarda-chuva numa mão,
a soqueira na outra e
dois olhos fuzilantes.
Nem tente me amedrontar,
pois posso fazer você chorar

26 de maio de 2017

Tudo ou Nada

Em poucas palavras decido meu fim;
Não ou Sim
Zero ao Dez

Do começo ao fim em poucos segundos.
Do fim ao recomeço pelo tempo que me restar.

Até eu chegar ao novo começo, ou novo fim,
recomeço todo dia essa contagem.
Hoje estou completamente desorientada,
dentro dessa orientação torpe que criei,
para um dia conseguir compreender meu futuro.

De zero a dez, dois é o que me falta para ser alguém melhor,
mais confiante quanto quem eu sou.

Nada digo àqueles que nada vem em mim;
além de um par de coxas capazes de entrelaçarem.

Prefiro conversar com a escuridão da noite e o raiar do dia.


Quem não arrisca não petisca

Quando nos propomos a coisas novas
temos que encarar o fato que elas fugirão do nosso controle
pois com o vendaval de novidades varre a estabilidade, a certeza.

É como se antes de cantar a canção,
tivéssemos a chance de conhecer a letra, os instrumentos
numa fase teste, onde mais facilmente reparamos os excessos.

Eu escolhi esperar, sentir o cheiro do café da manhã, o som dos pássaros
para entender melhor que palavras serão ditas ao longo da canção

Quem não arrisca, não petisca


O que é o sapato vermelho ?

É preciso questionar-se todo tipo de coisa.
É preciso parar e escutar,
tentar encontrar aqui dentro cada resposta.

Temo assumir que me desconheço,
não sei dizer o que realmente quero, agora.
Não é fácil explicar o que anda acontecendo com a minha mente,
sei dos meus compromissos e das prioridades oficiais da vida.

Mas essa carruagem dourada que aguardo,
Sei que vivará abóbora, e mesmo assim a espero
pior que isso, a desejo, a planejo e anseio.

Nada é por acaso,
os relacionamentos, os pensamentos e as conjecturas.

Não deveria carregar no peito, esse sentimento, de sobrevivente.
Porém, infelizmente, é assim que me vejo.
É como se a labareda dentro de mim estivesse quase só fumaça,
e eu aqui nessa canoa, sem saber para que lado remar.

Vô congo diz pra eu não me preocupar.
Mas como devo encarar esse mundão ?
Como me posicionar perante todas essas vozes dentro da cabeça?
Quem sou eu ?
Quem é meu ego? Como diferenciar ?

São tantas perguntas novas, que estou sem respostas.