16 de maio de 2020

62° dia

São 02:50 
Sábado, não mais. 
Domingo! 
Quase 3 horas passadas desse novo dia e eu não consigo dormir. 
A preta tá aqui. 
Como ela é linda!
Ela sorri com os olhos, doce, quente.
Faz cafuné até adormecer e mesmo capotada ainda pergunta se estou bem. 
Ela me aquece por dentro.
Engraçado né?!
São cócegas no estômago que não deixam eu fechar os olhos. 
Assistimos a TV hoje, estamos em preocesso de descompressão.
Antes, imunes a qualquer medo ou má sensação, juntas estávamos no espaço.
Agora, em descompressões lentas, me vejo repleta dessa ânsia, desse medo do que está por vir. 
Juro que não sei do que é!!!

Me questiono se vai ser a saudades, a distância, o vírus pandêmico ou o descaso proposital do estado o meu maior pesadelo e eu não sei dizer.
EU NÃO TENHO CERTEZAS

Só sei que essa fricção, esse entrelaço de medo e nervoso dentro de mim, me fizeram perder três preciosas horas de sono.
Provavelmente eu deveria estar agarrada ao romance preto mais indígena que já habitou meu coração. 
Afinal ela vai partir logo e meu coração, mesmo querendo, não poderá partir, nem se repartir.
Nunca precisei tanto dele intacto!!

A preta vai ir levando meu coração. Melhor dizendo, ele a quer seguir, a todo custo. 

Queria que o tempo desse uma pausa pra nossa saúde mental. 
Mas concluí que tu, posturada e manhosa, foi a melhor pausa mental. 
Melhor remédio pra dor é o riso que sai da tua boca, o olhar doce e desbravador, revela a alma que não se esconde do amor. 

Tu me levou pra fora da Terra, fora da pandemia caótica corrupta e animalesca que vivemos.
Foi só nós, máscara para o mercado e amor esterelizado.

Eu estou te amando. Obrigado por tudo. 

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