19 de junho de 2020

Nessas linhas deixo lágrimas
que trancadas na goela
fizeram de mim
refém da sombra

É tiro     é grito
corre e fica vivo
    não chora
    não grita
    não explode
te dão sacode

Balançada as estruturas
frio no estômago
ao ver a viatura
            ditaduras
            ditam o fim da vida
no fim da rua
chão     trocação
menor de fuzil na mão

Sangue  e não é de menstruação
sem câmeras
a ação é pra valer
não existe fingir de atirar
ou fingir de morrer

Umbral exposto a lua    eclipse de sangue
pessoas doentes
mentes precisando ser salvas
e não será com palmas  ou likes

Fico enjoada
a ânsia que sinto
misto de dor   medo e revolta
não minto!
essa impotência dilacera,    gela
mas não me devora.

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